A FireEye, empresa global de segurança de TI, liberou a nova edição do seu Relatório de Ameaças Avançadas para América Latina, com uma visão geral dos ataques avançados detectados nas redes de computadores do Brasil, Peru, Chile, México e Argentina durante o primeiro semestre de 2015.
O Brasil continua sendo o país mais atacado da América Latina, seguido por Chile e México. Peru e Argentina ocupam o 4° e 5° lugares, respectivamente. Desde o ínicio do ano, a FireEye verificou um aumento significativo no número de ataques na AL.
Segundo a empresa, 96% das organizações, globalmente, estão sendo atacadas sem saberem, pois os atacantes se utilizam de várias técnicas avançadas que cada vez mais ultrapassam as barreiras dos produtos tradicionais de segurança.
“O crime cibernético continua a representar uma ameaça para indivíduos e organizações na América Latina ao passo que a população se torna cada vez mais conectada à Internet, e os sistemas bancários e de pagamento online são mais difundidos” constata Robert Freeman, diretor sênior da FireEye para a América Latina.
Os países mais comprometidos e com o maior número de “ataques bem-sucedidos” são, na seguinte ordem: Brasil, Peru, México, Chile e Argentina. Apesar do Peru estar na segunda colocação, o Chile sofreu um número maior de ataques. Essa discrepância destaca que ser mais atacado não necessariamente se traduz em mais ataques bem sucedidos, e que as práticas de segurança do Chile podem ser mais eficazes que as dos demais países da região.
Setores da indústria
O setor de Química/Manufatura/Mineração continua a ser o mais impactado por ataques na América Latina, seguido de Serviços Financeiros; Energia/ Infraestrutura; Governo Federal e Bens de consumo/ Varejo.
“É interessante notar que ataques contra o setor privado ou organizações não governamentais – como serviços financeiros, energia e infraestrutura, bens de consumo – são os maiores alvos da região, tomando o lugar que antes já pertenceu ao setor de Governo- Federal, Estadual e Local. Apesar do desaquecimento da economia da América Latina, nós acreditamos que isso indique o crescente valor dos negócios da região para os atores das ameaças,” destaca Freeman.
O relatório mostra que, com base na quantidade de comunicações de comando e controle, Estados Unidos, Rússia e Holanda estão ocupam os três primeiros lugares da lista de nações que se conectam com os computadores comprometidos da América Latina. Em seguida vem Alemanha e Brasil.
O relatório mostra que as organizações da América Latina foram crescentemente visadas por ameaças avançadas na primeira metade de 2015. No entanto, como os principais malwares utilizados para atacar os países não são exclusivos da região, o uso deles contra outras nações de alto valor em outras regiões indica o aumento do valor das informações nas corporações latino-americanas e governos.
Defesa é imperativa
“As empresas precisam certificar-se de que as ferramentas de segurança existentes estão atualizadas, pois muitos malwares podem ser facilmente resolvidos com ferramentas tradicionais baseadas em assinatura. Além disso, é imperativo ter um modelo de defesa que ajude a diminuir o tempo entre a detecção de uma brecha e sua detenção” diz Freeman.
Adicionalmente, o executivo comenta que tão importante quanto estar munido com as ferramentas de segurança certas é alimentar a cultura do compartilhamento de informações úteis a todos. “As corporações devem desenvolver novas maneiras de colaborar entre si, com grupos do setor e governo, para compartilhar a experiência e inteligência em segurança cibernética que possuem” completa.