IA não substituirá programadores iniciantes, afirma CEO do Google

Em um recente discurso na Universidade Carnegie Mellon, Sundar Pichai, CEO da Alphabet e do Google, abordou temas essenciais no cenário tecnológico atual, destacando o impacto da inteligência artificial (IA) na carreira de programadores e as questões energéticas associadas ao avanço dessas tecnologias. Sua visão foi otimista, afirmando que a IA não será uma ameaça para programadores, mas sim uma ferramenta colaborativa que ampliará as possibilidades na programação e outras áreas.

 

IA como uma ferramenta colaborativa

Quando questionado sobre o impacto da IA no futuro dos programadores iniciantes, Pichai deixou claro que a IA não deve ser vista como uma ameaça de substituição, mas como um suporte essencial para ajudar os profissionais a lidar com tarefas mais complexas e inovadoras. Ele destacou que com a IA os programadores poderão evitar o foco em tarefas repetitivas como a correção de erros de código, redirecionando seus esforços para problemas mais desafiadores e criativos.

 

Um exemplo dessa sinergia é o uso de ferramentas como o Cursor AI, um editor de código inteligente que facilita a programação usando linguagem natural, permitindo que até mesmo pessoas sem uma formação tradicional em programação possam desenvolver softwares. Isso torna a programação mais acessível, integrando mais pessoas no setor de tecnologia.

 

Pichai acredita que o verdadeiro valor da IA reside em sua capacidade de colaborar com a inteligência humana e não competir com ela. Ele mencionou que o termo “inteligência artificial” pode ser enganoso, pois sugere uma comparação direta com a inteligência humana. Segundo ele, a IA deveria ser vista como uma “inteligência capacitadora”, que amplia as capacidades humanas e facilita o envolvimento de mais pessoas na criação de novas tecnologias.

 

O desafio energético da IA e o compromisso do Google com energia limpa

Outro ponto crítico levantado por Pichai foi a crescente demanda por energia que vem acompanhando o avanço da IA. O treinamento e a execução de modelos de IA requerem uma enorme quantidade de recursos energéticos, o que complica os esforços do Google para manter sua pegada de carbono neutra, um compromisso que a empresa mantém desde 2007.

 

Pichai reconheceu que o aumento no uso de IA tem desafiado as metas da empresa de operar com 100% de energia livre de carbono 24 horas por dia até 2030. Ele destacou que, embora o Google já administre centros de dados com consumo superior a 1 gigawatt (GW) de energia, um nível não previsto há poucos anos, a empresa continua investindo fortemente em fontes de energia renováveis para atender a essa demanda crescente.

 

Um exemplo mencionado por Pichai foi o uso de energia geotérmica em um dos maiores centros de dados do Google, localizado em Nevada, onde 90% da energia já provém de fontes renováveis. Além disso, o interesse em pequenos reatores modulares (SMRs), uma forma de energia nuclear mais segura e eficiente, também está sendo explorado como solução para sustentar a expansão de seus centros de dados no futuro.

 

Conclusão

A fala de Pichai reflete uma visão positiva e inovadora sobre o futuro da IA e seu impacto no mercado de trabalho, especialmente para programadores. Ao invés de substituir profissionais, a IA funcionará como uma ferramenta complementar permitindo que eles se concentrem em desafios mais sofisticados e criativos. Paralelamente, o compromisso do Google com energia limpa mostra que a empresa está ciente dos desafios ambientais trazidos pelo avanço tecnológico e está investindo em soluções sustentáveis para manter seu crescimento.

 

Com essa abordagem, fica claro que a IA será uma aliada dos profissionais da tecnologia, potencializando suas habilidades e ao mesmo tempo exigindo novas formas de pensar e agir para garantir um futuro sustentável para o setor de tecnologia.

 

Fonte: https://www.hardware.com.br/noticias/ia-nao-ira-substituir-programadores-iniciantes-afirma-ceo-do-google.html