Vulnerabilidade FreeType (CVE-2025-27363) com risco de exploração ativa

Meta alerta sobre vulnerabilidade FreeType (CVE-2025-27363) com risco de exploração ativa

A Meta recentemente alertou sobre uma vulnerabilidade de alta gravidade na biblioteca de renderização de fontes FreeType, identificada como CVE-2025-27363. Essa falha, classificada com uma pontuação CVSS de 8.1, permite a execução remota de código (RCE) ao analisar arquivos de fontes específicos. A vulnerabilidade afeta versões do FreeType 2.13.0 e anteriores, e há indícios de que já está sendo explorada ativamente.

Neste artigo, exploramos como a vulnerabilidade funciona, quais sistemas estão em risco e como você pode usar Python para mitigar os riscos associados.

 

FreeType é uma biblioteca de software livre e de código aberto amplamente utilizada para renderizar fontes (tipos de letra) em aplicativos e sistemas operacionais. Ele é projetado para ser altamente portátil, eficiente e modular, suportando uma variedade de formatos de fontes, incluindo:

  • TrueType (TTF)

  • OpenType (OTF)

  • Type 1 (PostScript)

  • WOFF (Web Open Font Format)

 

Principais funcionalidades do FreeType

  • Renderização de Fontes:

    • O FreeType converte fontes em bitmaps ou gráficos vetoriais, permitindo que sejam exibidas em telas ou impressas com alta qualidade.

  • Suporte a Formatos Diversos:

    • Ele é capaz de lidar com vários formatos de fontes, tornando-o uma solução versátil para aplicações que precisam suportar diferentes tipos de letra.

  • Antialiasing e Hinting:

    • O FreeType oferece suporte a técnicas de antialiasing (suavização de bordas) e hinting (ajuste de fontes para melhor legibilidade em baixas resoluções).

  • Modularidade:

    • A biblioteca é modular, o que significa que os desenvolvedores podem incluir apenas os componentes necessários para suas aplicações, reduzindo o tamanho e a complexidade do código.

 

Onde o FreeType é usado?

O FreeType é amplamente utilizado em:

  • Sistemas Operacionais: Linux, Android, BSD, entre outros.

  • Navegadores Web: Para renderizar fontes em páginas da web.

  • Aplicativos de Escritório: Como processadores de texto e editores de texto.

  • Jogos e Aplicações Gráficas: Para exibir texto em interfaces e cenários.

 

Entendendo a vulnerabilidade CVE-2025-27363

A vulnerabilidade ocorre devido a um estouro de buffer (out-of-bounds write) na função que processa subglyphs em arquivos de fontes TrueType GX e variáveis. O problema surge quando um valor do tipo signed short é atribuído a uma variável do tipo unsigned long, causando um wrap-around que resulta na alocação de um buffer menor do que o necessário. Isso permite que um atacante escreva até 6 inteiros longos fora dos limites do buffer, potencialmente levando à execução de código arbitrário.

 

Sistemas Afetados

Várias distribuições Linux ainda utilizam versões vulneráveis do FreeType, incluindo:

  • Debian stable / Devuan

  • Ubuntu 22.04

  • RHEL / CentOS Stream / AlmaLinux 8 e 9

  • Amazon Linux 2

  • openSUSE Leap

  • Entre outras.

 

Como mitigar a vulnerabilidade com Python

Python pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar a identificar e mitigar riscos associados a essa vulnerabilidade. Abaixo, apresentamos exemplos práticos de como você pode usar Python para proteger seus sistemas.

 

 

1. Verificação de versão do FreeType

O primeiro passo é verificar se a versão do FreeType instalada no sistema é vulnerável. Podemos usar Python para automatizar essa verificação.

 

import subprocess

def check_freetype_version():
    try:
        # Comando para verificar a versão do FreeType
        result = subprocess.run(["freetype-config", "--version"], capture_output=True,
text=True) version = result.stdout.strip() # Versão crítica a ser verificada vulnerable_version = "2.13.0" if version <= vulnerable_version: print(f"[ALERTA] Versão vulnerável do FreeType detectada: {version}") else: print(f"[SUCESSO] Versão segura do FreeType instalada: {version}") except Exception as e: print(f"[ERRO] Falha ao verificar a versão do FreeType: {e}") # Exemplo de uso check_freetype_version()

Esse script executa o comando freetype-config --version para obter a versão instalada e compara com a versão crítica (2.13.0). Se a versão for vulnerável, ele emite um alerta.

 

 

2. Atualização automatizada do FreeType

Se a versão do FreeType for vulnerável, é crucial atualizá-la para a versão mais recente (2.13.3 ou superior). Podemos usar Python para automatizar esse processo.

 
import os

def update_freetype():
    try:
        # Comando para atualizar o FreeType (exemplo para sistemas baseados em apt)
        os.system("sudo apt update")
        os.system("sudo apt install --only-upgrade freetype2")
        print("[SUCESSO] FreeType atualizado com sucesso.")
    except Exception as e:
        print(f"[ERRO] Falha ao atualizar o FreeType: {e}")

# Exemplo de uso
update_freetype()

Esse script usa o gerenciador de pacotes apt para atualizar o FreeType em sistemas baseados em Debian/Ubuntu. Para outras distribuições, ajuste os comandos conforme necessário (por exemplo, yum para RHEL/CentOS).

 

3. Monitoramento de logs para atividades suspeitas

Após a atualização, é importante monitorar logs em busca de atividades suspeitas que possam indicar tentativas de exploração da vulnerabilidade.

 
import re

def monitor_logs(log_file):
    suspicious_patterns = [
        r"freetype",  # Padrão relacionado ao FreeType
        r"out-of-bounds",  # Possíveis mensagens de erro
        r"remote code execution",  # Tentativas de RCE
    ]

    try:
        with open(log_file, "r") as file:
            logs = file.readlines()

        for line in logs:
            for pattern in suspicious_patterns:
                if re.search(pattern, line, re.IGNORECASE):
                    print(f"[ALERTA] Atividade suspeita detectada: {line.strip()}")
    except Exception as e:
        print(f"[ERRO] Falha ao monitorar logs: {e}")

# Exemplo de uso
monitor_logs("/var/log/syslog")  # Substitua pelo caminho do arquivo de log


Esse script monitora logs em busca de padrões que possam indicar tentativas de
exploração da vulnerabilidade.


4. Verificação de integridade de arquivos de fontes

Como a vulnerabilidade é explorada por meio de arquivos de fontes maliciosos, podemos usar Python para verificar a integridade dos arquivos de fontes no sistema.

 
import hashlib

def check_font_integrity(font_file, expected_hash):
    try:
        with open(font_file, "rb") as file:
            file_hash = hashlib.sha256(file.read()).hexdigest()

        if file_hash == expected_hash:
            print(f"[SUCESSO] Arquivo de fonte íntegro: {font_file}")
        else:
            print(f"[ALERTA] Arquivo de fonte corrompido ou alterado: {font_file}")
    except Exception as e:
        print(f"[ERRO] Falha ao verificar integridade do arquivo: {e}")

# Exemplo de uso
check_font_integrity("/usr/share/fonts/truetype/malicious-font.ttf", "expected-sha256-hash")

Esse script calcula o hash SHA-256 de um arquivo de fonte e o compara com um hash esperado para detectar alterações ou corrupções.

 

“Os scripts devem ser adaptados a sua necessidade, conforme localização dos arquivos, etc, isto significa que os exemplos de scripts fornecidos são modelos genéricos e podem precisar de ajustes para funcionar corretamente no seu ambiente específico.”

 

Conclusão

A vulnerabilidade CVE-2025-27363 no FreeType é uma ameaça séria que pode permitir a execução remota de código em sistemas vulneráveis. No entanto, com as ferramentas e práticas corretas, é possível mitigar os riscos associados.

Utilizando Python, podemos automatizar a verificação de versões, atualizações, monitoramento de logs e verificação de integridade de arquivos, fortalecendo a segurança dos sistemas contra essa e outras vulnerabilidades.

Se você utiliza o FreeType em sua infraestrutura, certifique-se de atualizar para a versão mais recente e implementar as práticas descritas neste artigo. A segurança proativa é a melhor defesa contra ameaças cibernéticas.

 

Fonte e imagens: https://thehackernews.com/2025/03/meta-warns-of-freetype-vulnerability.html