Cibersegurança & Resiliência

Nos últimos anos, o cenário de crimes cibernéticos tem escalado em ritmo alarmante, acompanhando o avanço tecnológico e a digitalização das operações comerciais e governamentais. O aumento na sofisticação e na organização dos ataques tem colocado uma pressão significativa sobre empresas e governos, que precisam proteger dados sensíveis e garantir a continuidade de suas operações. Essa realidade foi o foco da apresentação de Clayton Soares, Head de Tecnologia & Inovação da Auto Peças Padre Cícero, durante o evento Security Leaders Fortaleza 2024.

 

O Cenário atual e ameaças crescentes

O discurso de Soares reflete uma tendência global em que ataques cibernéticos se tornaram não apenas mais frequentes, mas também mais destrutivos. Entre janeiro e agosto de 2024, foram registrados 49 incidentes críticos no Brasil, de acordo com o Painel de Incidentes da Security Report. Esses números evidenciam que o risco para as organizações vai muito além do simples roubo de dados, espionagem industrial, danos à reputação e perdas financeiras que são consequências diretas dos ciberataques modernos.

 

O caso recente do ataque ao Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil é um exemplo claro. O incidente expôs milhares de dados confidenciais e colocou o sistema de segurança nacional em risco. Esse episódio não só demonstrou a vulnerabilidade das instituições públicas, mas também ressaltou a importância de uma postura proativa e resiliente frente aos riscos digitais.

 

A necessidade de uma nova mentalidade

Clayton Soares enfatizou que embora a Segurança Cibernética ainda seja essencial, ela por si só não é mais suficiente para conter a crescente onda de ataques. A resiliência cibernética, que vai além da prevenção de incidentes e foca na capacidade de resposta e recuperação após um ataque deve ser incorporada como um elemento central na estratégia de defesa digital.

O executivo destacou quatro pilares fundamentais para alcançar essa resiliência:

  • Avaliação contínua de riscos: A dinâmica dos ciberataques exige uma vigilância constante. Novas ameaças surgem diariamente e as empresas precisam identificar vulnerabilidades de forma proativa.
  • Planos de resposta a incidentes: Ter planos de ação bem definidos, testados e atualizados é crucial para minimizar o impacto de um ataque. Empresas que estão preparadas para responder rapidamente a incidentes podem reduzir significativamente o tempo de inatividade e as perdas financeiras.
  • Automatização de processos com IA: A inteligência artificial (IA) é uma ferramenta poderosa no combate às ameaças cibernéticas. Ela permite a automação de processos, como a detecção e resposta a incidentes e ajuda a mitigar riscos em tempo real.
  • Cultura de cibersegurança: Nenhuma tecnologia será eficaz se as pessoas dentro da organização não estiverem cientes dos riscos e não seguirem práticas seguras. Programas de conscientização e treinamentos contínuos são essenciais para criar uma cultura sólida de segurança.

 

Resiliência em ação e exemplos recentes

Um exemplo recente de como a resiliência cibernética pode ser aplicada foi o ataque sofrido pela empresa de tecnologia SolarWinds em 2020. O ataque que comprometeu a segurança de milhares de empresas e órgãos governamentais em todo o mundo foi um dos maiores incidentes de espionagem cibernética já registrados. No entanto, a rápida resposta da SolarWinds e de seus clientes, aliada a processos de recuperação eficazes, minimizou as consequências a longo prazo.

 

Outro exemplo é a rede de hospitais britânica que em 2023 sofreu um ataque de ransomware. Embora o ataque tenha interrompido temporariamente os serviços, a implementação de um plano de resposta robusto, baseado nos princípios da resiliência cibernética, permitiu que os hospitais retomassem suas operações em poucos dias, evitando danos maiores.

 

O Futuro da defesa digital

Clayton  Soares ressalta a urgência de se adotar práticas de resiliência cibernética para enfrentar o futuro da defesa digital. Em um mundo onde ataques são inevitáveis, a capacidade de recuperação e continuidade das operações será o diferencial entre empresas que sobrevivem e aquelas que sucumbem à pressão do cibercrime.

A conferência Security Leaders Fortaleza 2024 reforçou a importância dessa transição de mentalidade. O executivo estará novamente em destaque na edição especial de 15 anos do Congresso Security Leaders, em São Paulo, onde serão discutidas novas estratégias e soluções para fortalecer a resiliência digital em diversos setores.

As organizações que investirem em resiliência estarão mais preparadas para enfrentar os desafios de um cenário cada vez mais ameaçador, protegendo não apenas seus ativos digitais, mas também a confiança de seus clientes e parceiros.

Participe do Congresso Security Leaders, dias 23 e 24 de outubro, as inscrições estão abertas, clique aqui.

 

Conclusão

Com a crescente sofisticação dos ciberataques, a segurança cibernética, focada na prevenção, não é mais suficiente. A resiliência cibernética, com foco na resposta e recuperação, surge como uma estratégia vital para empresas e governos. Adotar práticas como avaliação contínua de riscos, automatização de processos, e conscientização, como defendeu Clayton Soares no Security Leaders Fortaleza 2024, será essencial para garantir a defesa digital no futuro.

 

Fonte: https://securityleaders.com.br/ciberseguranca-resiliencia-reflexoes-sobre-o-futuro-da-defesa-digital/