Russos descobrem sofisticado vírus de computador
NOVA YORK – Um dos vírus mais sofisticados da história da informática atingiu uma série de computadores ao redor do Oriente Médio com a intenção de espionagem e sabotagem de órgãos governamentais e militares. A descoberta foi feita pela empresa de segurança cibernética Kaspersky Lab, da Rússia, que ainda tenta decodificar o programa capaz de infectar algumas das máquinas mais protegidas do mundo.
De acordo com especialistas russos, o vírus, denominado Flame, é bem mais poderoso do que o Stuxnet, responsável por sabotagens no programa nuclear iraniano entre 2009 e 2010. “Essa é a arma cibernética mais sofisticada criada em toda a história”, declarou a empresa em comunicado.
A suspeita, assim como no caso anterior, é de que um Estado esteja por trás do desenvolvimento do programa. Os alvos são Irã, Arábia Saudita, Síria, os territórios palestinos, Líbano e Egito, levando alguns analistas a afirmar que os serviços de espionagem de Israel ou dos EUA sejam os responsáveis pelo desenvolvimento do vírus.
Responsabilidade. No caso do Stuxnet, os israelenses nunca confirmaram e tampouco negaram o envolvimento na ação que danificou algumas centrifugas iranianas.
O vírus, segundo a Kaspersky, é capaz de coletar e deletar informações, além de conseguir ativar microfones de outros computadores que, mesmo desligados, podem gravar a conversa de pessoas.
“É fantástica e incrível a complexidade do vírus. A quantidade de códigos é tamanha que ninguém detectou a existência do Flame em dois anos”, afirmou Alexander Gostev, chefe de segurança da empresa russa. De acordo com ele, a Kaspersky Lab, que é uma das mais conceituadas do mundo, “demorou seis meses para analisar o Stuxnet”.
Na avaliação de Gostev, o Flame “é 20 vezes mais complexo” do que o Stuxnet, “Acho que precisaremos de pelo menos dez anos para entender tudo”, acrescentou o analista ao comentar sobre a nova arma cibernética, que também é conhecida como Wiper ou Viper, apesar de alguns analistas, incluindo os da Kaspersky, os colocarem em grupos separados.
O Ministério do Petróleo do Irã, país que foi alvo de 198 ataques do Flame, pediu para que a União de Telecomunicações Internacional da ONU investigue ataques contra seus sistemas, incluindo roubo de dados.
Instalação. De acordo com os russos, o vírus instala, inicialmente, um programa de seis megabytes, antes de contaminar o computador com o restante. Eles não sabem, no entanto, como a arma cibernética atinge as máquinas.
Por: Gustavo Chacra, Correspondente, Nova York
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